terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A Dama dos Bonecos

Ela bateu as unhas compridas sobre o tampo da mesa, fazendo barulho. Os olhos dela percorreram a mesa em busca de um botão, um último, e estaria pronto. Ela pegou um, preto, grande, sem brilho, a agulha e a linha já estavam em sua mão, e ela brincou um pouco com elas antes de dar o primeiro ponto.

Impressão sua ou o pequeno boneco em sua mão mexeu? Não. Ele já estava morto.

Estava quase lá, seria uma de suas criações mais perfeitas, mais reais, e, o melhor? Ele seria o 21°, com isso só faltariam 2. O 21°...e isso a fez rir quando olhou a prateleira cheia, já com os 20 bonecos.

Era um processo delicado, e já arriscado para seu corpo velho, de juntas desgastadas. Mas ela voltou a se curvar sobre o boneco, terminou de pregar o olho e o ergueu....estava pronto, perfeito.

Ela se levantou da cadeira, deixando os moldes, o gesso, as ferramentas, facas, martelos, pregos....correntes...uma ou outra lasca de madeira que havia sobrado, levou consigo apenas o pequenos boneco, de uns 50 cm.

O levantou para que pegasse um pouco da luz q entrava pelas frestas de madeira de sua carruagem. O cabelo castanho brilhou. Por um segundo ela pensou q deveria ter colocado os verdadeiros olhos, verdes, mas logo em seguida mudou de idéia, ela n ia querer outro boneco olhando para ela.

Ela deixou o novo membro de sua família na estante, depois, olhou para a outra ponta da estante, para Set, ele caminhou até ficar de frente para ele. Olhou primeiro os cabelos cor de areia, depois os olhos, q não piscavam, não se moviam, apenas a encaram, sem aparentar nenhuma emoção. Ela o pegou pelo braço, depois saiu da pequena cabana, assim q colocou os pés pra fora, todos os demais das tendas as suas volta congelaram, apenas uma criança berrou:

- Damballa! Damballa!

Ela sorriu, e a criança se calou. Damballa começou a andar, devagar, os pés do boneco, que estava sendo segurado pelo braço, arrastavam no chão, deixando um pequeno rastro na terra. Caminhou até o menino e esticou sua mão para ele. Sem escolha, o menino pegou na mão enrugada de Damballa.

- Será o 22°. – ela disse, depois caminhou com o menino para dentro de sua tenda, sumindo para sempre com ele.


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Está história ocorreu em 1589, na Europa. Damballa é a deusa do Vodu. Conta a história q sua forma original seria de uma serpente, mas que teria sido amaldiçoada por um mago, e adquirido a forma de uma mulher, com as juntas de uma marionete. Para voltar a forma original, ela teria que construir os 23 bonecos perfeitos, feitos com crianças de verdade. Porem, logo o primeiro da errado, e ela percebe q eu todos os seus bonecos ainda guardam as almas de suas crianças. Devido a isso, ela começou a escolher as crianças mais cuidadosamente. Para q elas passem por um processo onde irão tornar-se marionetes.

Diz a lenda que ela procura a ultima criança ate hoje. E que, escondida no porão de qualquer casa, conversa com seus bonecos, que respondem com gritos e lamentações.

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